quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

atoleiro eletrônico

Tem sido cada vez mais frequentes os problemas que enfrentamos quando, como se fôssemos incautos, imprevidentes, até mesmo inconsequentes, nos damos ao displante de adquirir um aparelho eletrônico, seja ele de qualquer marca - PHILLIPS, CONSUL, BRASTEMP, CCE, MALLORY, etc - e de qualquer tipo - VENTILADOR, APARELHO DE SOM, IMPRESSORA, GELADEIRA, TELEVISOR , CONDICIONADOR DE AR, MICROONDAS...

Nós, consumidores, vamos a uma loja para comprar aborrecimentos, quando um aparelho que tem uma garantia de um ano ou mais, ao ser instalado em nossa casa começa a apresentar problemas. O aparelho, prometido em belíssimas propagandas e embalagens como a mais nova sensação do momento, em poucos momentos, dois ou tres dias, apresenta defeitos: ou não gela, ou não esquenta, ou não roda, ou não segura, ou não cozinha, ou não toca, ou não alguma coisa. Alguma coisa não funciona. Nosso "carro" atolou o primeiro pneu.

Voltamos à loja para reclamar. O vendedor, antes tão atencioso, nem olha para nós e diz que ali ninguém não tem nada com isso e que não se responsabiliza por nada, mandando-nos procurar um lugar com o pomposo nome de "autorizada".

Com a sensação de que estamos nos dirigindo a um porto seguro vamos até la, onde vamos atolar nosso segundo pneu: recepcionistas cheios de si achando que estão fazendo imenso favor por estarem ali e um técnico orgulhoso por ter sido formado nas oficinas da fábrica, que não sabe resolver o problema e fica tateando tentando, por sorteio, encontrar o defeito que não deveria existir, devido ao tempo de garantia dado pelo fabricante - um ano e mais a garantia extendida quando concordamos em pagar mais uma quantia estipulada pelo vendedor -.

Depois de alguns retornos à "autorizada", perdendo tempo, gastando combustível, pagando taxi ou ônibus, dependendo do tamanho do aparelho, dizem-nos que não existem peças de reposição. Ou nosso aparelho fica la ou vai para casa aguardar a chegada de uma peça - se for aquela - com prazos de quinze, trinta ou mais dias, dependendo da "gravidade do assunto".

Do nosso carro está atolado o terceiro pneu!! Mas ainda nos resta um e o de reserva no porta malas, que corresponde ao SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor - cujo endereço vem impresso na embalagem. O "Fale Conosco" é muito fácil. Obtemos respostas rápidas, polidas, educadas...e ineficientes!!! isso se não quizermos chamá-las de caras de pau. Elas não tem um rosto. São robôs do desmazelo ao agradecerem educadamente pelo contato, pela nossa solicitação de ajuda, porque assim contribuímos para melhorar a "qualidade" dos seus produtos e nos mandam aguardar e seguir a orientação da "autorizada", uma vez que a fábrica também não tem NENHUMA RESPONSABILIDADE com o defeito do que produz e vende.
Daí constatamos: estamos no que chamo de ATOLEIRO ELETRÔNICO. Nosso carro está atolado até os eixos. Os pneus sumiram de vez e não temos a quem apelar.

Isso tem sido frequente nessa nefasta "cadeia alimentar" fabricante/vendedor/consumidor onde este está no final da cadeia é o alvo a ser caçado com as armas do aborrecimento, belas propagandas e promessas de qualidade, onde esta vem em último lugar e o descaso reina em primeiro e absoluto pedestal.

Esses acontecimentos tem sido repetidos não só na minha como na vida de muitos dos meus amigos mais aproximados. E como tentamos resolver nossos problemas sozinhos, estes vão ficando insolúveis e vamos nos conformando, reclamando nos encontros de mesas de bar ou depois do bate bola, onde tudo termina em gargalhadas e o reclamante ganha sempre a pecha de "querer consertar o mundo" e o troféu de chato de galochas da vez.

Acreditando ser assim mesmo, deixamos encastelada essa falta de consideração, competência e vergonha.

-- Um dia desses comprei um porta toalhas de papel. Na embalagem vem uma armação de metal e duas ventosas... que não funcionam!!! Escorregam, caem, fazem o rolo de papel cair e se molhar na pia, quando não sair correndo e se abrindo pela casa como uma pesada e desajeitada serpentina. Mas, essa é uma outra história que será contada quando eu conseguir desatolar o meu carro, vitimado desta feita por eu ter comprado um forno microondas em junho de 2008 e até hoje tê-lo "hospedado" ou "hospitalizado", em casa ou na "autorizada".- Eu hein!! nome estranho esse!!! pra quê tanta "autoridade"???

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